quarta-feira, 1 de abril de 2009

revolução para os domingos


Sabe o que acontece com a juventude (quero dizer pessoas entre 17 e 20 anos de idades) hoje? Estão preocupados em passar no vestibular; em serem médicos ou engenheiros ou empresários bem sucedidos, o que significa ter muito lucro e trabalhar pouco, de preferência. Não os culpo por isso, tanto que é um destino cômodo, de bom tom para o filho de um empresário de classe média-alta. A questão que me preocupa, na verdade, são os exercícios ferrados de física e química que não trazem uma reflexão mais profunda da existência do ser humano: da sua relação com o mundo pós-moderno, mantendo-os no senso comum – comum até demais.

Não posso deixar de pontuar que a escola, como uma instituição, deixa de abrir um espaço para a crítica, para criar no aluno o bom senso, dessa forma, é a indústria cultural que toma pra si esse papel, alienando os jovens com a ideologia da classe dominante. É também essa indústria cultural que prega a arte popular – por popular eu quero dizer “vazia” – ao invés da arte artística, e o consumismo exacerbado, sendo estes, dois fatores fundamentais para a conformidade e acomodação dessa classe numa sociedade que clama por pessoas comprometidas a uma causa revolucionária em meio ao século XXI.

Por causa da velocidade com que recebemos informações é, portanto, impossível processar e/ou filtrar tudo o que ouvimos. Não nos sobra tempo para abolirmos as ideologias impostas pelos meios de comunicação de massa, pela escola, pelo mercado financeiro, pela família. Esgotamos-nos. Exercícios complexos demais, relacionamentos mal construídos, impulsos de consumismo, luxos. E o pensamento, e a revolução? Ficou para os domingos. Só os domingos que não têm churrasco com pagode.

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