segunda-feira, 13 de abril de 2009

poesia #1



o dia amanheceu até que quente
durante a aula percebi que estava
nublado
o sol não tinha saído

ele ía me pegar na escola
tive uma alegria fugaz
ao ver a chuva

passamos uma parte
juntos
não estava mais chovendo
havia chovido
o sol empezava a sair

agora ele se foi
chove torrencialmente
ainda há um passarinho cantando
luz
águas de abriu...

me aventuro
desconheço
entrelinhas
pingos

só mais duas palavras:
promiscuidade estilística.


ps: esqueci a janela do meu quarto aberta.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

rebus


Primitividade, arte, machismo, viagem, Passárgada, Luís XIV, zoológico de Versalhes, Panopticon: mosca, relógio, livro, cara lavada, cara cansado, saída. Semente de araucária, Alberto Caero, trem, sua casa, descoberta, escândalo, televisão, abelha, Índia, henna, caneta, desliga, iPod, luta, surdez, sono, cegueira, piloto automático, insensibilidade, iTouch, batata frita, desenvoltura: por quê?

quarta-feira, 1 de abril de 2009

revolução para os domingos


Sabe o que acontece com a juventude (quero dizer pessoas entre 17 e 20 anos de idades) hoje? Estão preocupados em passar no vestibular; em serem médicos ou engenheiros ou empresários bem sucedidos, o que significa ter muito lucro e trabalhar pouco, de preferência. Não os culpo por isso, tanto que é um destino cômodo, de bom tom para o filho de um empresário de classe média-alta. A questão que me preocupa, na verdade, são os exercícios ferrados de física e química que não trazem uma reflexão mais profunda da existência do ser humano: da sua relação com o mundo pós-moderno, mantendo-os no senso comum – comum até demais.

Não posso deixar de pontuar que a escola, como uma instituição, deixa de abrir um espaço para a crítica, para criar no aluno o bom senso, dessa forma, é a indústria cultural que toma pra si esse papel, alienando os jovens com a ideologia da classe dominante. É também essa indústria cultural que prega a arte popular – por popular eu quero dizer “vazia” – ao invés da arte artística, e o consumismo exacerbado, sendo estes, dois fatores fundamentais para a conformidade e acomodação dessa classe numa sociedade que clama por pessoas comprometidas a uma causa revolucionária em meio ao século XXI.

Por causa da velocidade com que recebemos informações é, portanto, impossível processar e/ou filtrar tudo o que ouvimos. Não nos sobra tempo para abolirmos as ideologias impostas pelos meios de comunicação de massa, pela escola, pelo mercado financeiro, pela família. Esgotamos-nos. Exercícios complexos demais, relacionamentos mal construídos, impulsos de consumismo, luxos. E o pensamento, e a revolução? Ficou para os domingos. Só os domingos que não têm churrasco com pagode.